Amigo Tebi, sem qualquer tipo de picardias, com muito agrado leio o teu comentário
e aproveito para dar o meu testemunho pessoal de habilidoso/curioso:
Nos meus carros, sempre fiz o que pude, dentro das limitações que naturalmente tem alguém que não cresceu numa oficina nem tão pouco dispõe de um arsenal de ferramenta de boa qualidade. Inclusivamente estendi esse serviço a alguns amigos em situações pontuais.
Não obstante tenho plena consciencia que nem a mecanico curioso chego, sou apenas um amador
(o que me trouxe aqui a este forum)
E posso mandar vir de inglaterra ou mesmo construir artesanalmente um pequeno interface OBD para depois usar aqueles programinhas que alguns entusiastas generosamente colocaram à disposição de todos para fazer esse mesmo diagnostico. Claro que há uma distinção clara e inequivoca entre ter dados e ter informação, ou seja, recolher os indicadores da centralina de um automovel versus tirar conclusões sobre esses mesmos indicadores.
Nunca vou esquecer as duas visitas que fiz à Renault Trucks em Mindelo/Vila do Conde em que um engenheiro mecanico passou a tarde inteira a mostrar-me como detectavam as avarias duma forma generalizada apenas contrapondo os dados recolhidos num camião em testes(em forma grafica) contra as especificações (a baseline - comportamento esperado de um camião irrepreensivel).
No outro extremo do ringue tenho o meu actual mecânico, que é o habilidoso dos habilidosos, um tipo formidável que apesar de não ter qualquer tipo de formação seguiu o duro caminho dos teimosos autodidatas e posso mesmo dizer-te que já o vi fazer coisas impossíveis. A titulo de exemplo certa vez ele afinou à minha frente um sensor, é verdade, um simples sensor controlando o aperto do mesmo(e portanto a resistência de contacto), algo que para mim ou até outra pessoa com um contexto mais formal seria impensável, o sensor seria substituido e ponto final.
E ainda lá está... e tendo em conta a estimativa da longevidade do carro em questão, creio que o carro vai para enfardar antes de voltar a ser preciso acertar o sensor novamente...
Claro que ele faz/fez pesquisa em cima dos carros dos clientes, mas quem lá vai já sabe o que a casa gasta, ou seja, resolve rápido, barato e a taxa de sucesso é excelente.
E depois há as oficinas das marcas(bom, há marcas e marcas...), em que tudo é à lá carte, ou seja aos x kilometros troca-se a, b, c, d, e. Na revisão dos y kilometros ...
O resto é politica... politica de proteccionismo da classe, politica da educação, politica de vendas/marketing dos fornecedores... o que tem coisas boas, mas normalmente também muitas coisas más para o cliente final().
No fim da linha *parece-me* ver um argumento definitivo: quem tem boa qualidade tem bons clientes, quem tem bons preços tem o resto...
E o que é um bom cliente? li aki há dias um post dum colega aqui do forum em que falava do seu cuidado com os carros e a relação com o mecanico que creio definir isso. Gasta o que tem de gastar(sem ser assaltado), mas espera no retorno que seja correctamente diagnosticado e resolvido...
Agora contextualizando aqui no forum e falando neste ambiente familiar que se vive por estas bandas, posso dizer-te que entendo perfeitamente o que queres dizer. Trabalho na industria informática, a ultima formação que fiz ficou em quase 3000 e planeio fazer uma para o ano ou daqui a dois anos(vamos ver a evolução das coisas) de quase 5000(e estamos a falar de 50% de desconto...)... são as regras do jogo... e aposto tudo na qualidade!
Tal como tu entendo *perfeitamente* a diferença entre ser profissional e manter uma porta aberta, assim como toda a cintura de asteroides que gravita em torno dela(da diferença)...
e ainda fico a dever-te um par de minis no proximo passeio daqui da malta em que nos encontremos!
ps.: só não falei dos tamancos, tipo aqueles que tiram rolamentos porque as peças assim encaixam melhor(como li noutro post aqui à dias), porque desses acho que já disseste tudo...
e pronto, a labareda já deve ir no tecto...