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Só vos peço encarecidamente uma coisa, não falem de Salazar, não o acordem por favor. Deixem o pobre do velho descansar em paz. Tudo está bem, nada se passa.
Se tal viesse a acontecer, tínhamos todos que trabalhar realmente. Todos éramos obrigados a aprender, a estudar, a marrar em, hoje, obscenos calhamaços, todos teríamos que ser asseados, livres de modernas escravaturas, livres de falcatruas (ai deles se o velho soubesse!).
Alguma juventude andaria vestida de verde em vez de andar metida na droga ou a roubar. Se não tivesse miolo para os livros, ia para um verdadeiro curso técnico, com verdadeiras possibilidades de um emprego sério e honesto, ou então a família pagaria a um profissional de nome para o estúpido do aborto aprender a ferrar mulas ou montar pneus. Seria uma desgraça.
Aquele cadáver ao ressuscitar, acabaria com os vendilhões do templo, da alma e deste pobre e acabrunhado País . Pagariam do seu bolso umas férias no Aljube para expiação do seus (deles) pecados. Teriam a alma hipotecada ao diabo.
Salazar realmente não gostava de fado, nunca se entendeu com Fátima nem com a padralhada, muito menos ia ao futebol, ou ia em futebóis. Hoje o que se escreve sobre o maior dos portugueses não passa do anedótico porque a realidade é dura para quem vê no laxismo, no roubo, na traição ou na imbecilidade uma das virtudes de ser democráticamente livre, uma forma de cultura, ou mesmo uma maneira moderna e séria de governar bem.
É curioso ver que quarenta anos após a sua morte, são os mentores das novas formas de governo, os arautos das liberdades (ou da libertinagem) que cavam a sua (deles) sepultura, ao ponto de haver gente que peça o regresso do pobre velho. Nem sabem no que se metiam pelo que aflorámos muito ao-de-leve
Estes nossos políticos sem-rei-nem-roque, se em vez de o acordarem fossem ao Vimieiro, talvez ele lhes sussurrasse apenas, como salvar Portugal da vergonha. Para ele foi fácil quarenta anos antes de falecer. Será que estes acéfalos saberiam escutar, será que perceberiam o que aquela pobre alma lhes tentasse dizer. Não há nada como experimentar.
Os tempos, agora, são outros. Bué de concertos, desconcertantes, bué de malta fixe, bué de velhos arquivados em casas de repouso e aconchegados lares, bué de analfabetos ainda mais analfabetos que os que existiam no tempo lá do velho das botas, bué de gente e mais gente cansada da vida, bué de pastilas, bué de tanta coisa que parecemos uns pardais tontos, uns aparvalhados raiando a demência. Salva-nos um canudo a que muito em breve limparemos o cú por não haver dinheiro para papel higiénico. E há gente que ainda se lembra e fala de Salazar. Coitados. Se ainda fosse de Lenine, Marx, ou mesmo Estaline, Béria ou Mao, esses ainda são grandes homens de estado, pensadores, intelectuais eméritos.
Todos vamos parar à quinta das tabuletas, um dia. Connosco irão os políticos que agora nos desgovernam. Apenas tenho a certeza de que deles não ficará memória, ninguém se lembrará da sua iníqua vida, da sua forma estranha de serem bandidos de delito comum . Com Salazar, com a sua antevisão sagaz, com o seu entendimento de Estado e de Pátria, apesar de alguns erros, isso não se passará!
UMM abraço
João
"Conduza UMM pedaço da nossa história"