Miguel Sousa Tavares é um homem da televisão e por isso é um dos escritores mais conhecidos em Portugal.
O seu trabalho no mundo da Literatura não é só reconhecido por terras Lusitanas, mas tambem é traduzido e aclamado tanto pela crítica como pelo público em diversos países dos 4 cantos do mundo.
Esta breve introdução ao assunto têm a ver que Miguel Sousa Tavares, (adorado por
uns, odiado por outros), têm levado a marca dos nossos meninos (leia-se UMM) por todo o globo, quer na pratica quer na teoria.
Atrevo-me a dizer que ele (Miguel) (e sem dar por isso) tem sido um dos missionários pregadores desta nossa marca pelo mundo fora.
Podem até estranhar o meu comentário mas todos nós sabemos que Conduzir um UMM tem duas formas de ser descrito: o prazer de viajar no tempo e desfrutar o poder da mecânica pura e dura, e assim sentir quase sem filtros o contacto da máquina com o meio que a circunda (ruído de rolamento, a penetração do som do motor no habitáculo com escassa protecção acústica, as irregularidades da estrada) e, ainda, quase anular quaisquer declives ou obstáculos do terreno. Isto, graças a ângulos de bom nível, um sistema de tracção integral com caixa de transferências, redutoras com excelentes capacidades.
Talvez por estas propriedades inigualáveis nos UMMs, que fazem deste símbolo a marca preferida do famoso escritor nas suas inúmeras viagens pelo Mundo em geral e pelo continente Africano em particular.
Basta ler alguns dos seus livros de viagens e ao desfolhar das páginas encontramos inúmeras alusões dessa paixão pelos UMM`s. (por vezes até com piadinhas á moda de Miguel Sousa Tavares). Vejamos:
Da obra: Sul-Viagens (2004) Oficina do Livro Soc. Editorial, Lda.-Cruz Quebrada
O autor começa por dizer-nos que eu sou um contador de histórias. Pagam-me para isso, pagam-me para percorrer o mundo e contar o que vi )
E nesta obra no meio de tantas historias reais das quais vou transcrever algumas mais relacionadas com os UMM´s no entanto há imensas fotos alusivas ao UMM no livro.
(pag.90) Marraquexe quer dizer «parte depressa» eu cheguei de carro, ou melhor de jeep, como convêm aos tempos de hoje
(pag.187) A pista para Tamanrasset (diário de bordo de uma viagem ao Sahara)
(pag.190) Depois do jantar, é preciso tratar do carro- a coisa mais preciosa entre todas. Para já o nosso feio e desconfortável UMM está em forma, mostrando porque é que apesar disso é tão estimado: porque aguenta «porrada» até mas não
(pag.192) tudo é novo para mim, tirando o deserto, que já conhecia. A primeira descoberta é a condução todo o- terreno de que estou a ficar rapidamente adepto. Como o meu UMM é o segundo na ordem de marchada coluna
(pag.193) enquanto no meu jeep (UMM) para se encontrar o que quer que seja, desde o abre-latas a lanterna, se roça o desespero, e para escolher o jantar é preciso limpar o pó das latas para ler o conteúdo
(pag194) lá estávamos sentados numa mesinha, nas traseiras do jeep, e jantamos uma feijoada com todos os primores
(pag.197) 13º dia, sei lá por onde é que andamos! É em direcção ao Sul isso eu sei, do resto já perdi as referencias. Acho que eu e o jeep (UMM) (ver varias fotos) já formamos um só corpo. Sinto os gemidos dele e ele deve sentir os meus. Estou coxo da perna esquerda de tanto carregar na embraiagem pois esta se constantemente a mudar de velocidade, neste terreno. O pulso direito está aberto por causa das chicotadas do volante nas pedras
mas o pobre UMM está pior do que eu. Ontem (em pleno deserto do Sahara) caí em dois buracões sucessivos, que me custaram dois pneus, uma mola, e a coluna de direcção torta: agora as curvas é segundo o sistema «mais ou menos». Há outras avarias do UMM menos graves mas igualmente incomodas: o para brisas está partido, o meu cinto de segurança não sai da calha, tanta é a areia que deve ter; o isqueiro que que dava imenso jeito para ligar a luz a noite pifou; o travão de mão morreu; a buzina iden, os travões dianteiros tambem se foram e nos buracos deixei a panela e metade do tubo de escape. Mas anda caramba já dei comigo a interrogar-me «mas o que é que eu faço aqui? Que necessidade tinha eu de estar aqui»? Ainda não conheço a resposta toda
(pag. 203) 19ºdia , pumba, tinha que ser, vinha eu tão contente com o estado magnifico do meu UMM, comparado com tantos outros da coluna, e logo havia de estragar tudo a um dia de Djanet!... de prego a fundo apanhei de repente três autênticos muros de areia que parecia rocha, ai de meio metro de altura cada um e mandei três cangochas no ar, aterrando com a sensação que o UMM tinha entregue a alma. Bem ele andar ainda anda mas faz pena vê-lo andar.
o UMM andar ainda anda mas parece um pato ferido na asa, todo assapado à frente e uma roda para leste e outra para oeste, mas é assim que que eu vou ter de me arrastar até Djanet
(pag 218) 26ºdia, cavalgada para Tamanrassset: hoje 620km de pista dos quais 180 a noite. Um pesadelo o carro (UMM) está ingovernável e a moral nas ultimas
(pag 224) 36º dia no sul do Atlas e já de regresso a casa seguiu-se então uma cavalgada infernal por aquela estrada de intermináveis rectas sem ninguém no horizonte. O pé doía-me de ter o acelerador permanentemente carregado ao fundo, tentando arrancar do meu desfeito jeep (UMM) o ultimo estertor de brio que ele ainda tinha para dar( .)e assim seguia-mos a 140 a hora ( ) e foi assim que entrei numa inesperada curva de acelerador a fundo , e azar o meu metade da curva estava coberta de areia ( ) e as duas toneladas de UMM atravessaram se na estrada, roncando sofridamente( ) apenas confiei a minha esforçada alma a vontade daquele sacrificado UMM. De modo que quando ele parou virado no sentido inverso e sempre a trabalhar eu não cheguei a sentir emoção alguma, limitei-me a virar o volante para Norte e a reapontar no caminho para casa, tamanha era a minha fé de que eu e este destroço (leia-se UMM) haveríamos de chegar juntos e salvos a Lisboa. (JULHO de 1996)
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Da Obra No teu Deserto, quase um romance(2009) Oficina do livro
esta historia que eu vou contar passou-se comigo há 20 anos atrás.( ) juntava latas de conserva, punha etiquetas, em frascos de comida e caixas de cartão, e arrumava tudo nas traseiras do nosso jipe.( ) O nosso jipe um UMM, motor Peugeot e carroçaria Portuguesa, seguramente o mais feio, o mais resistente e, para mim o mais comovente que eu alguma vez guiei. Durante um mês e meio ele serviu-nos sem um desfalecimento através do deserto do Sahara, na Argélia aguentando dunas e pistas de calhaus, arrostando com tempestades de areia, calores assassinos durante o dia e frio Polar durante a noite, e sempre seguindo em frente, pegando o motor todas as manhas, quando eu a medo ligava a ignição. Rangeu, sofreu, houve mesmo alturas em que gritou mas nunca morreu, nunca nos deixou ali
(pag 19) O jantar estava salvo e a zanga acabada, era impossível resistir aos humores do UMM, e aos imprevistos do deserto
(pag 23) Partimos então de Lisboa numa manha de chuva em Novembro.Partimos simbolicamente da torre de Belem, o lugar mítico das antigas viagens dos navegadores.( ) e assim partimos Alentejo fora, Andaluzia, a baixo( ) até Alicante para apanhar o ferry até a Argelia( ) Ali na N340 (Espanha) aprendi rapidamente por instinto e por desespero como usar uma ameaça de duas toneladas de um jipe para fazer os carros da frente abrirem passagem
(pag.40) até chegar a minha garrafa de whisky, guardada nas profundezas da carga do meu UMM ( ) apenas iluminado por uma ténues luzes de presença no tecto, até chegar ao meu UMM
(pag.79) Lá retomaremos a nossa viagem, e confesso, já tinha saudades de me sentar ao volante do nosso querido e horrendo UMM ALTER II um estranho nome para um estranhíssimo jipe
Enfim palavras para que .é um artista Português e amante de UMMs
Saudações e boas leituras
Azimutte
O seu trabalho no mundo da Literatura não é só reconhecido por terras Lusitanas, mas tambem é traduzido e aclamado tanto pela crítica como pelo público em diversos países dos 4 cantos do mundo.
Esta breve introdução ao assunto têm a ver que Miguel Sousa Tavares, (adorado por
uns, odiado por outros), têm levado a marca dos nossos meninos (leia-se UMM) por todo o globo, quer na pratica quer na teoria.
Atrevo-me a dizer que ele (Miguel) (e sem dar por isso) tem sido um dos missionários pregadores desta nossa marca pelo mundo fora.
Podem até estranhar o meu comentário mas todos nós sabemos que Conduzir um UMM tem duas formas de ser descrito: o prazer de viajar no tempo e desfrutar o poder da mecânica pura e dura, e assim sentir quase sem filtros o contacto da máquina com o meio que a circunda (ruído de rolamento, a penetração do som do motor no habitáculo com escassa protecção acústica, as irregularidades da estrada) e, ainda, quase anular quaisquer declives ou obstáculos do terreno. Isto, graças a ângulos de bom nível, um sistema de tracção integral com caixa de transferências, redutoras com excelentes capacidades.
Talvez por estas propriedades inigualáveis nos UMMs, que fazem deste símbolo a marca preferida do famoso escritor nas suas inúmeras viagens pelo Mundo em geral e pelo continente Africano em particular.
Basta ler alguns dos seus livros de viagens e ao desfolhar das páginas encontramos inúmeras alusões dessa paixão pelos UMM`s. (por vezes até com piadinhas á moda de Miguel Sousa Tavares). Vejamos:
Da obra: Sul-Viagens (2004) Oficina do Livro Soc. Editorial, Lda.-Cruz Quebrada
O autor começa por dizer-nos que eu sou um contador de histórias. Pagam-me para isso, pagam-me para percorrer o mundo e contar o que vi )
E nesta obra no meio de tantas historias reais das quais vou transcrever algumas mais relacionadas com os UMM´s no entanto há imensas fotos alusivas ao UMM no livro.
(pag.90) Marraquexe quer dizer «parte depressa» eu cheguei de carro, ou melhor de jeep, como convêm aos tempos de hoje
(pag.187) A pista para Tamanrasset (diário de bordo de uma viagem ao Sahara)
(pag.190) Depois do jantar, é preciso tratar do carro- a coisa mais preciosa entre todas. Para já o nosso feio e desconfortável UMM está em forma, mostrando porque é que apesar disso é tão estimado: porque aguenta «porrada» até mas não
(pag.192) tudo é novo para mim, tirando o deserto, que já conhecia. A primeira descoberta é a condução todo o- terreno de que estou a ficar rapidamente adepto. Como o meu UMM é o segundo na ordem de marchada coluna
(pag.193) enquanto no meu jeep (UMM) para se encontrar o que quer que seja, desde o abre-latas a lanterna, se roça o desespero, e para escolher o jantar é preciso limpar o pó das latas para ler o conteúdo
(pag194) lá estávamos sentados numa mesinha, nas traseiras do jeep, e jantamos uma feijoada com todos os primores
(pag.197) 13º dia, sei lá por onde é que andamos! É em direcção ao Sul isso eu sei, do resto já perdi as referencias. Acho que eu e o jeep (UMM) (ver varias fotos) já formamos um só corpo. Sinto os gemidos dele e ele deve sentir os meus. Estou coxo da perna esquerda de tanto carregar na embraiagem pois esta se constantemente a mudar de velocidade, neste terreno. O pulso direito está aberto por causa das chicotadas do volante nas pedras
mas o pobre UMM está pior do que eu. Ontem (em pleno deserto do Sahara) caí em dois buracões sucessivos, que me custaram dois pneus, uma mola, e a coluna de direcção torta: agora as curvas é segundo o sistema «mais ou menos». Há outras avarias do UMM menos graves mas igualmente incomodas: o para brisas está partido, o meu cinto de segurança não sai da calha, tanta é a areia que deve ter; o isqueiro que que dava imenso jeito para ligar a luz a noite pifou; o travão de mão morreu; a buzina iden, os travões dianteiros tambem se foram e nos buracos deixei a panela e metade do tubo de escape. Mas anda caramba já dei comigo a interrogar-me «mas o que é que eu faço aqui? Que necessidade tinha eu de estar aqui»? Ainda não conheço a resposta toda
(pag. 203) 19ºdia , pumba, tinha que ser, vinha eu tão contente com o estado magnifico do meu UMM, comparado com tantos outros da coluna, e logo havia de estragar tudo a um dia de Djanet!... de prego a fundo apanhei de repente três autênticos muros de areia que parecia rocha, ai de meio metro de altura cada um e mandei três cangochas no ar, aterrando com a sensação que o UMM tinha entregue a alma. Bem ele andar ainda anda mas faz pena vê-lo andar.
o UMM andar ainda anda mas parece um pato ferido na asa, todo assapado à frente e uma roda para leste e outra para oeste, mas é assim que que eu vou ter de me arrastar até Djanet
(pag 218) 26ºdia, cavalgada para Tamanrassset: hoje 620km de pista dos quais 180 a noite. Um pesadelo o carro (UMM) está ingovernável e a moral nas ultimas
(pag 224) 36º dia no sul do Atlas e já de regresso a casa seguiu-se então uma cavalgada infernal por aquela estrada de intermináveis rectas sem ninguém no horizonte. O pé doía-me de ter o acelerador permanentemente carregado ao fundo, tentando arrancar do meu desfeito jeep (UMM) o ultimo estertor de brio que ele ainda tinha para dar( .)e assim seguia-mos a 140 a hora ( ) e foi assim que entrei numa inesperada curva de acelerador a fundo , e azar o meu metade da curva estava coberta de areia ( ) e as duas toneladas de UMM atravessaram se na estrada, roncando sofridamente( ) apenas confiei a minha esforçada alma a vontade daquele sacrificado UMM. De modo que quando ele parou virado no sentido inverso e sempre a trabalhar eu não cheguei a sentir emoção alguma, limitei-me a virar o volante para Norte e a reapontar no caminho para casa, tamanha era a minha fé de que eu e este destroço (leia-se UMM) haveríamos de chegar juntos e salvos a Lisboa. (JULHO de 1996)
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Da Obra No teu Deserto, quase um romance(2009) Oficina do livro
esta historia que eu vou contar passou-se comigo há 20 anos atrás.( ) juntava latas de conserva, punha etiquetas, em frascos de comida e caixas de cartão, e arrumava tudo nas traseiras do nosso jipe.( ) O nosso jipe um UMM, motor Peugeot e carroçaria Portuguesa, seguramente o mais feio, o mais resistente e, para mim o mais comovente que eu alguma vez guiei. Durante um mês e meio ele serviu-nos sem um desfalecimento através do deserto do Sahara, na Argélia aguentando dunas e pistas de calhaus, arrostando com tempestades de areia, calores assassinos durante o dia e frio Polar durante a noite, e sempre seguindo em frente, pegando o motor todas as manhas, quando eu a medo ligava a ignição. Rangeu, sofreu, houve mesmo alturas em que gritou mas nunca morreu, nunca nos deixou ali
(pag 19) O jantar estava salvo e a zanga acabada, era impossível resistir aos humores do UMM, e aos imprevistos do deserto
(pag 23) Partimos então de Lisboa numa manha de chuva em Novembro.Partimos simbolicamente da torre de Belem, o lugar mítico das antigas viagens dos navegadores.( ) e assim partimos Alentejo fora, Andaluzia, a baixo( ) até Alicante para apanhar o ferry até a Argelia( ) Ali na N340 (Espanha) aprendi rapidamente por instinto e por desespero como usar uma ameaça de duas toneladas de um jipe para fazer os carros da frente abrirem passagem
(pag.40) até chegar a minha garrafa de whisky, guardada nas profundezas da carga do meu UMM ( ) apenas iluminado por uma ténues luzes de presença no tecto, até chegar ao meu UMM
(pag.79) Lá retomaremos a nossa viagem, e confesso, já tinha saudades de me sentar ao volante do nosso querido e horrendo UMM ALTER II um estranho nome para um estranhíssimo jipe
Enfim palavras para que .é um artista Português e amante de UMMs
Saudações e boas leituras
Azimutte