Amigo Madeira:
Tem muita razão, mas se me permite. Em termos mecânicos, quando uma bomba de óleo gripa pode fazê-lo de diversas maneiras individuais ou em conjunto e em várias zonas, de todas as superfícies do seu interior (móveis ou fixas). Tudo dependerá das impurezas (dureza/abrasão) que sugou do cárter junto com o óleo ou por ter estado em trabalho sem o dito lubrificante ou ainda das folgas naturais de uma extensa utilização ou mesmo por se ter "comido a si própria" (bocados de aço dos próprios carretos).
Por agora será o que interessa, mas poder-se-ia falar ainda no arrasamento do carreto de comando no veio da bomba ou no carreto do veio de excêntricos, por se terem "agarrado" os impulsionadores (ou o próprio veio).
Esses diversos "gripanços" e colapsos originam diferentes sintomas, aí tem toda a razão.
Como muito bem sabe, considerar-se-ão folgas normais; apenas os polimentos no fundo da caixa de carretos, nos dentes dos mesmos, na tampa da bomba e ainda no veio de comando em relação ao seu corpo de apoio (longitudinal e axial).
Folga superior a essa nos dentes poderá causar um tipo de anomalia, no interior da caixa (incluindo a tampa) e assim por aí fora... Até a bomba estar a fazer missa de corpo presente :dizzy_face: e a rebentar o pobre motor.
Madeira, já vi bombas que faziam acender a luz ao ralenti, em rotação intermédia apagava-a e em alta rotação voltava a acendê-la e já deparei com o inverso, assim como bombas que faziam a luz piscar (mais parecendo que queriam ultrapassar o motor)
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Quando diz que é raro os carretos se danificarem e sem me levar a mal, pegue num micrómetro e compare as medidas obtidas numa peça dessas usadas (aparentemente boa) e as medidas de uma peça nova (igual/mesmo fabricante). Fundamentalmente no alçado dos dentes e vai ficar admirado. É que estamos a falar de peças que para impulsionar o óleo do cárter até ao veio de martelos (flauta) necessitam de "agarrar" nele (gerando uma depressão), passá-lo para a canalização (gerando ao mesmo tempo uma compressão), sem deixar que retorne ao cárter após estabelecida a respectiva pressão até ao topo, obrigando, forçadamente, a que ele chegue a sítios onde se está a exercer um enormíssima carga com o inevitável gerar de temperatura. Se eu fosse bomba de óleo já me tinha reformado
Ao mesmo tempo que funcionam como uma espécie de compressor volumétrico, têm também que ser uma válvula de anti-retorno. Uma folga acima do previsto e temos o caldo entornado :astonished:
Há um bom e velho amigo (82 anos) que me ensinou uma coisa que considero fundamental para quem trabalha em mecânica profissional e amadora e não querendo tomar o espaço deste fórum, passo-vos a contar: Mesmo que te dêem pela 1ª vez uma caixa epiciclica pré-selecçionada às peças para montares, mesmo sem teres o manual
basta olhares com muita atenção para as peças. Vê a forma de encaixe, vê o aparelhamento das zonas de trabalho, observa com tempo e atenção a razão e o porquê e em dois dias tens a cx montada e bem!.
O meu amigo também diz que: Deus me livre de quem sabe muito e me aproxime de quem faz melhor.
Até ao próximo post
João