
DAKAR, UMA AVENTURA EM PORTUGUÊS,
E o titulo de um livro de Carlos Raleiras, editora PRIME Books, (www.primebooks.pt)1ª edição Novembro 2005; 205 paginas
Onde o autor conta as historias do mítico Raly Paris-Dakar desde o seu inicio 1979 até a data de edição da obra 2005. Onde posteriormente foi Lisboa Dakar 2006.
Carlos Raleiras, para quem não conhece é um magnífico jornalista nascido em 1970, e que já passou pelas melhores rádios e televisões do país; nesta sua obra Dakar uma aventura em português, segue um padrão cronológico pretendendo desenhar a imagem que o Dakar representa enquanto competição e experiencia humana para os Portugueses, Assim os vários protagonistas contam na 1ª pessoa o que fizeram e sentiram ao longo da mais mediática prova de todo o terreno.
Como a participação dos famosos UMM começou em 1982, com José Megre irei aqui transcrever o seu testemunho que Megre deixou nesta publicação e irei somente fazer referência as partes onde a marca UMM é referida.

19824º PARIS-ALGER-DAKAR (01/01/1982- 20/01/1982
JOSÉ MEGRE:
Desde há muito tempo que eu vinha a preparar a entrada no Dakar, o que só veio a concretizar-se em 1982. Naquela altura ninguém sabia o que era o todo-o-terreno, e muito menos o Paris-Dakar
Como já tinha feito algumas provas internacionais em velocidade, e muitas viagens no meu curriculum, acabei por ter a minha tarefa de convencer os patrocinadora mais facilitada. Confesso que tambem ajudou o facto de ser amigo de infância dos irmãos Batista da Silva da UMM, e do Hipolitopires Director Geral da PORTARO
As duas marcas (UMM e PORTARO) estavam fortemente empenhadas em tentar dinamizar uma industria portuguesa de todo-o-terreno
Depois de muitos testes, a escolha tinha recai pelos UMM, apesar da Portaro ser um carro mais evoluído com motor Daihtsu, mas mais frágil. Enquanto o UMM era um carro mais pensado para os 60 cavalos e com uma mecânica mais simples, teoricamente não partia, pois não tinha por onde
a marca colocou a nossa disposição 3 viaturas e pagou todas as despesas que rondou os 10 mil contos. Tenho de agradecer aos irmãos Batista da Silva o nascimento do todo-o-terreno em Portugal
Estavamos em 1981 a tentar entrar num mundo totalmente desconhecido, para nós
Levámos 3 carros, sendo que o terceiro era para nos dar assistência, A estratégia era rodarmos, eu e o Pedro Cortês sempre juntos. O navegador o Manuel Romão ia comigo, e o mecânico Joaquim Miranda ia com ele. Para o caso de um ou outro ter problemas estaríamos sempre juntos
Como o UMM era extremamente desconfortável, tentamos arranjer uma posição de condução no veiculo mais adequada a pilotagem desportiva e ao conforto, mas a grande preocupação foi a refrigeração .; por isso instalamos um radiador de um camião Renault, para garantir uma refrigeração mais adequada
O UMM mostrou-se à altura de um desafio como o Dakar, e naquele primeiro ano (1982) depois de muitas situações, quando já perspectivávamos a chegada à capital do Senegal, eis que acontece algo terrível como Diogo Amado e com o Pedro Vilas Boas que segiam no terceiro carro (assistência)

Eles tiveram um violento acidente a alta velocidade . O Diogo amado foi o que mais sofreu pois estava sem cinto de segurança quando o UMM começou as cambalhotas
Alem de um semi eixo empenado, e de algumas amolgadelas, apenas tinha perdido as portas, a capota e o para brisas. A mecânica do UMM nada tinha sofrido.
Chegar a Dakar com os três carros teve sabor de Vitoria
Três UMM em Paris, três UMM em Dakar, nenhuma marca naquele tempo tinha conseguido semelhante feito, e isso enchia-nos de orgulho
A robustez dos UMM foi tema das mais variadas conversas entre os participantes do raly por ser uma marca totalmente desconhecida
Classificação:
1º Marreau/Marreau (Renault)
43º José Megre/ Manuel Romão (UMM)
44º Pedro Cortes/ Joaquim Miranda (UMM)
90º Diogo Amado/ Pedro Vilas Boas (UMM)
Dos 382 veiculos inscritos chegaram a Dakar 127 (33motos e 94 carros e camiões)

Fico por aqui com estas Transcrições deste grande senhor do todo o terreno, mas nesta obra de Carlos Raleiras as aventuras continuam e muitas delas em UMM durantes os seguintes anos. Curioso, foi a rivalidade (tambem no Dakar) entre os nossos meninos e a Portaro, exemplo disso foi em 1983 onde a Portaro ficou em 10º lugar com Jean kurrer/ Pierre Zanone, enquanto o melhor UMM ficou em 40º com Pedro Cortez/Teixeira Gomes
Saudações
Azimutte