Boa tarde,
Tal como titulo indica, serve este tópico para dar a conhecer a história de um UMM Alter II Turbo Intercooler de matricula BX-90-72.
Tudo começou com a procura de um UMM para mim de modo a juntar a um Alter I que já existia cá em casa.
Sempre tive a mania dos Turbo e no dia 22 de Junho de 2003 o meu pai apareceu em casa a dizer que tinha encontrado um Turbo à venda por 2500 (que era mais ou menos o orçamento que se tinha idealizado).
Sendo eu de Braga, dia 24 de Junho é feriado, São João. Por isso, ok, dia 24 vamos ver o carro.
Como é natural em alguém com 20 e poucos anos, no dia 23 lá fui eu para a festa de São João tendo chegado a casa praticamente de manha. Passagem pela cama para dizer olá aos lençóis e seguida para dentro do jipe em direcção a Alverca.
Chegando ao destino, o carro estava em pior estado do que as fotos que tinha visto.
Podres nos cantos da capota, por baixo dos tapetes, pintura toda queimada, etc... Pelo menos andava e parecia puxar bem. Nada de folgas nem babadelas de óleo.
Depois de muito matutar, eis que o meu pai repara que o jipe têm matricula do dia e mês em que eu faço anos. Dito e feito, é este e mais nenhum!
Assinar papeis, fazer seguro e siga para Braga com ele a rolar.
Viagem 5 estrelas... nada de avarias ou comportamentos esquisitos.
Vinha era neste estado pouco apresentável:
Tenho fotos dele depois de desmontado mas não sei delas... mais tarde coloco.
Ao analisar melhor o carro, realmente os podres eram bastantes.
Toca a arranjar um chapeiro que remendasse o carro onde estava podre.
Depois de remendado, começou a saga!
Com tudo desmontado e visto a ferrugem que ele tinha, começaram as ideias de decapar o carro totalmente.
E depois de decapado? Primário e tinta? Não... Isso apodrece outra vez. O ideal era um banho por submersão em zinco ou algo do género.
À falta de tinas com dimensões para meter o chassi, arranjou-se quem zincasse o carro a quente. Foi todo decapado a jacto de areia e "pintado" com uma metalização à base de zinco a quente. O mesmo tratamento que se dá aos pavilhões de metal e às vigas de estruturas ao ar livre.
E surge o primeiro "grande" problema! Ao decapar e metalizar, a força da pistola e a temperatura são tais que uma boa parte dos painéis amassaram! Diz o pintor, isso com massa fico como novo. E digo eu logo de seguida, nem pensar! A massa estala com o calor e lá vai o trabalho todo!
Depois de muito conversar lá convenci o pintor a desamolgar o carro sem estragar a metalização e sem usar massa. Depois de pintado, nota-se um ligeiro ondular do painéis mas pelo menos sei que se não bater com ele, o carro nunca mais enferruja!
Passo seguinte. Forrar a zona do motor, túnel da caixa de velocidades e escape com cortiça e alumínio.
Dependendo da zona, levou 1 a 3 camadas de cortiça de 3 ou 4mm de espessura e posteriormente uma chapa de alumínio por cima com 1 a 2mm de espessura. Com isto isolou-se o interior do carro a nível acústico e térmico.
Mecânica toda ao sitio com a respectiva revisão, troca de óleos, vedantes que estivessem com mau aspecto, e montagem de um Detroit Truetrac no eixo de trás.
E volta para casa. Agora vamos para o interior.
Como o carro nesta fase ainda era para ser veículo de monte, forrou-se uma boa parte do interior com chapa de alumínio anti-derrapante e protegeu-se o exterior (na parte de baixo dos painéis da carroceria) com cantoneira de Inox.
Ou seja, o interior foi parcialmente forrado a chapa anti-derrapante colada com "mastik". Não apenas nas pontas das chapas mas por todo para evitar a criação de espaços vazios entre a chapa do carro e estas chapas. Desde modo evita-se a condensação de água e posterior apodrecimento da chapa do carro. Para além disso, ao ser colada com "mastik", evita-se abrir furos no carro sendo possível descolar a chapa anti-derrapante posteriormente e colocar o carro original de novo.
Para as laterais, usou-se os furos dos plásticos para prender com parafusos e novamente "mastik" uma catoneira de Inox a toda a volta do carro. Com isto, pode-se aplicar um high-lift directamente ao carro sem estragar nada. Para além de que se o carro cair a algum buraco, nunca amolga a chapa.
Ora bem, agora é pintar tudo o que seja plástico de preto. Opticas, grelhas, guardas-lamas, tablier, etc... tudo lixado e pintado de preto.
Fiarada... um dos defeitos dos UMM's! De origem têm meia duzia de fios e fusiveis. Quando o isqueiro avaria deixa de funcionar as luzes, porque um fio de alimentação dá para mais que uma coisa. Não... assim não pode ser! Isto ainda pega fogo. Tudo novo com circuitos separados para tudo. Assim, quando avariar uma coisa, o resto ainda funciona tudo.
Não sei o tempo exacto, mas julgo que o meu pai andou 1 ano ou mais a passar fios no carro! Fez um esquema eléctrico do carro que mais parece uma bíblia! Fios todos marcados e numerados! Fusíveis, relés e derivados aos montes!
Finalmente está pronto! Agora, estufador. Forrar tudo por dentro, forrar bancos, caixas, etc. Tudo.
Com tudo forrado, vidros ao sitio e finalmente inspecção!
E o resultado final é isto:
Tal como titulo indica, serve este tópico para dar a conhecer a história de um UMM Alter II Turbo Intercooler de matricula BX-90-72.
Tudo começou com a procura de um UMM para mim de modo a juntar a um Alter I que já existia cá em casa.
Sempre tive a mania dos Turbo e no dia 22 de Junho de 2003 o meu pai apareceu em casa a dizer que tinha encontrado um Turbo à venda por 2500 (que era mais ou menos o orçamento que se tinha idealizado).
Sendo eu de Braga, dia 24 de Junho é feriado, São João. Por isso, ok, dia 24 vamos ver o carro.
Como é natural em alguém com 20 e poucos anos, no dia 23 lá fui eu para a festa de São João tendo chegado a casa praticamente de manha. Passagem pela cama para dizer olá aos lençóis e seguida para dentro do jipe em direcção a Alverca.
Chegando ao destino, o carro estava em pior estado do que as fotos que tinha visto.
Podres nos cantos da capota, por baixo dos tapetes, pintura toda queimada, etc... Pelo menos andava e parecia puxar bem. Nada de folgas nem babadelas de óleo.
Depois de muito matutar, eis que o meu pai repara que o jipe têm matricula do dia e mês em que eu faço anos. Dito e feito, é este e mais nenhum!
Assinar papeis, fazer seguro e siga para Braga com ele a rolar.
Viagem 5 estrelas... nada de avarias ou comportamentos esquisitos.
Vinha era neste estado pouco apresentável:
Tenho fotos dele depois de desmontado mas não sei delas... mais tarde coloco.
Ao analisar melhor o carro, realmente os podres eram bastantes.
Toca a arranjar um chapeiro que remendasse o carro onde estava podre.
Depois de remendado, começou a saga!
Com tudo desmontado e visto a ferrugem que ele tinha, começaram as ideias de decapar o carro totalmente.
E depois de decapado? Primário e tinta? Não... Isso apodrece outra vez. O ideal era um banho por submersão em zinco ou algo do género.
À falta de tinas com dimensões para meter o chassi, arranjou-se quem zincasse o carro a quente. Foi todo decapado a jacto de areia e "pintado" com uma metalização à base de zinco a quente. O mesmo tratamento que se dá aos pavilhões de metal e às vigas de estruturas ao ar livre.
E surge o primeiro "grande" problema! Ao decapar e metalizar, a força da pistola e a temperatura são tais que uma boa parte dos painéis amassaram! Diz o pintor, isso com massa fico como novo. E digo eu logo de seguida, nem pensar! A massa estala com o calor e lá vai o trabalho todo!
Depois de muito conversar lá convenci o pintor a desamolgar o carro sem estragar a metalização e sem usar massa. Depois de pintado, nota-se um ligeiro ondular do painéis mas pelo menos sei que se não bater com ele, o carro nunca mais enferruja!
Passo seguinte. Forrar a zona do motor, túnel da caixa de velocidades e escape com cortiça e alumínio.
Dependendo da zona, levou 1 a 3 camadas de cortiça de 3 ou 4mm de espessura e posteriormente uma chapa de alumínio por cima com 1 a 2mm de espessura. Com isto isolou-se o interior do carro a nível acústico e térmico.
Mecânica toda ao sitio com a respectiva revisão, troca de óleos, vedantes que estivessem com mau aspecto, e montagem de um Detroit Truetrac no eixo de trás.
E volta para casa. Agora vamos para o interior.
Como o carro nesta fase ainda era para ser veículo de monte, forrou-se uma boa parte do interior com chapa de alumínio anti-derrapante e protegeu-se o exterior (na parte de baixo dos painéis da carroceria) com cantoneira de Inox.
Ou seja, o interior foi parcialmente forrado a chapa anti-derrapante colada com "mastik". Não apenas nas pontas das chapas mas por todo para evitar a criação de espaços vazios entre a chapa do carro e estas chapas. Desde modo evita-se a condensação de água e posterior apodrecimento da chapa do carro. Para além disso, ao ser colada com "mastik", evita-se abrir furos no carro sendo possível descolar a chapa anti-derrapante posteriormente e colocar o carro original de novo.
Para as laterais, usou-se os furos dos plásticos para prender com parafusos e novamente "mastik" uma catoneira de Inox a toda a volta do carro. Com isto, pode-se aplicar um high-lift directamente ao carro sem estragar nada. Para além de que se o carro cair a algum buraco, nunca amolga a chapa.
Ora bem, agora é pintar tudo o que seja plástico de preto. Opticas, grelhas, guardas-lamas, tablier, etc... tudo lixado e pintado de preto.
Fiarada... um dos defeitos dos UMM's! De origem têm meia duzia de fios e fusiveis. Quando o isqueiro avaria deixa de funcionar as luzes, porque um fio de alimentação dá para mais que uma coisa. Não... assim não pode ser! Isto ainda pega fogo. Tudo novo com circuitos separados para tudo. Assim, quando avariar uma coisa, o resto ainda funciona tudo.
Não sei o tempo exacto, mas julgo que o meu pai andou 1 ano ou mais a passar fios no carro! Fez um esquema eléctrico do carro que mais parece uma bíblia! Fios todos marcados e numerados! Fusíveis, relés e derivados aos montes!
Finalmente está pronto! Agora, estufador. Forrar tudo por dentro, forrar bancos, caixas, etc. Tudo.
Com tudo forrado, vidros ao sitio e finalmente inspecção!
E o resultado final é isto: